Mensagem



          Com a leitura de "A cidade e as Serras", o grupo entendeu que a mensagem que o autor, Eça de Queirós quis transmitir era a de que, apesar de todas as facilidades, a cidade não é o melhor lugar para se viver, tendo muitas intrigas, fofocas, e coisas supérfluas, sendo pouco saudável para o individuo. A vida no campo é mais simples, sem toda a correria e o stress encontrados no meio urbano, não dependendo da busca de status, aparência, bens materiais, luxos, e a tecnologia que encontramos nas cidades.
Podemos notar o que Eça de Queirós quer passar em alguns trechos do livro como "Diante do louro frango assado no espeto e da salada (...) a que apetecera na horta, agora temperada com um azeite da serra digno dos lábios de Platão, terminou por bradar: 'É divino'.", nesse trecho percebemos que Eça de Queirós faz com que os elementos do campo se tornem, digamos "melhores que os da cidade" precisamente no trecho "digno dos lábios de Platão", ou seja, não era algo para qualquer um.

          No seguinte paragrafo cujo é o ultimo do livro "A Cidade e as Serras" faz uma referência a vida urbana como sendo ruim e com ilusões que a cidade passa "tão longe de amarguras ilusões e de falsas delicias".
"Em fila começamos a subir para a Serra. A tarde adoçava o seu esplendor d'estio. Umaaragem trazia, como offertados, perfumes das flôres silvestres. As ramagens moviam,com um aceno de doce acolhimento, as suas folhas vivas e relusentes. Toda apassarinhada cantava, n'um alvoroço de alegria e de louvor. As agoas correntes,saltantes, lusidias, despediam um brilho mais vivo, n'uma pressa mais animada.Vidraças distantes de casas [380]amaveis, flammejavam com um fulgor d'ouro. A serratoda se offertava, na sua belleza eterna e verdadeira. E, sempre adiante da nossa fila, porentre a verdura, fluctuava no ar a bandeira branca, que o Jacinthinho não largava, dedentro do seu cesto, com a haste bem segura na mão. Era a bandeira do Castello,affirmára elle.E na verdade me parecia que, por aquelles caminhos, atravez da natureza campestre emansa,―o meu Principe, atrigueirado nas soalheiras e nos ventos da serra, a minhaprima Joanninha, tão doce e risonha mãe, os dois primeiros representantes da suaabençoada tribu, e eu―, tão longe de amarguradas illusões e de falsas delicias, trilhandoum solo eterno, e de eterna solidez, com a alma contente, e Deus contente de nós,serenamente e seguramente subiamos―para o Castello da Gran-Ventura!"