A obra "A Cidade e as Serras" foi escrita no final do século XIX, sendo também no fim da vida do escritor, podendo perceber o espirito abatido e fatigado, não só do próprio Eça, mas também, da Europa da virado do século, que já via no horizonte o grande conflito armado que eclodiria no Velho Mundo entre 1914 e 1918.
No fim do século XIX, as idéias do racionalismo e do positivismo já não eram tão populares, como pode-se observar na recuperação de alguns elementos Românticos do início do século e o pessimismo das novas escolas artísticas.
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Na época as idéias Realistas/Naturalista, assim como o Positivismo/Racionalismo, não eram tão populares como nas épocas anteriores por causa dos vários conflitos, que eclodiriam na Primeira Guerra, e do evento Belle Époque, que introduziu na Europa, entre outras coisas, o consumo de ópio e absinto. Tudo isso fez com que os artistas voltem a se interessar novamente pela realidade idealizada do Romantismo fazendo, assim, surgir novas escolas artísticas, como o Simbolismo, na literatura, e Impressionismo, na pintura.
No Simbolismo há uma maior subjetividade, com evocação ao oculto e místico, graças a grande influência recebida pela cultura oriental, principalmente China e Índia, sem grande interesse em como as coisas eram, também como nos problemas sociais. O indivíduo e o sonho voltaram ao foco dos artistas, assim como a poesia.
No Impressionismo, o objetivo não era o de procurar o místico e o oculto, mas sim, romper com o passado, o racionalismo acadêmico do Naturalismo/Realismo, a arte para os impressionistas não deveria ser um retrato fiel da realidade nem idealizada, como o artista sonhava. Mas sim, algo próprio, a arte pela arte.
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Nesse período temos a presença do movimento literário realismo que surgiu na França, como o nome já sugere retrata o real, sem os sentimentos ilusórios do romantismo(classe literária anterior ao realismo), os representantes eram totalmente contra o romantismo, tinham como objetivo retratar os problemas presentes na sociedade que foi exatamente o que o escritor Eça de Queirós fez com Portugal em suas obras.
Também nesse período temos o naturalismo que é a radicalização do realismo, retratando as características na observação fiel da realidade mostrando que o individuo é moldado psicologicamente na sociedade que o cerca, se alguém for criado em uma fazenda terá características psicológicas diferentes de quem for criado em uma cidade.
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No social, teremos a ascensão da burguesia ao poder, como consequência da Revolução Francesa, o avanço da Revolução Indústrial pelo Velho Mundo, permitindo, assim, a consolidação do capitalismo como sistema político/econômico vigente do mundo.
Como consequência dos acontecimentos supracitados, há o surgimento de uma nova classe social, os operários (que foram depois chamados de Proletariado por Marx), que são formados, primeiramente, por camponeses que se mudaram para o meio urbano atrás de melhores condições de vida.
Porém, no início da Revolução Industrial os trabalhadores viviam sob condições degradantes, com turnos de trabalho maiores que 16 horas por dia, sem direito a folga, baixíssimos salários, sem direito a férias remuneradas e a de se unirem para reivindicarem seus direitos (os sindicatos).
Revoltados com as injustiças vigentes vários intelectuais e pensadores da época desenvolveram novas ideologias políticas e teorias econômicas que pudessem substituir o capitalismo, entre elas o Anarquismo (do francês Pierre-Joseph Proudhon)o Socialismo (do também francês, Conde de Saint-Simon, chamado de utópico pelos marxistas) e o Comunismo, ou Socialismo Cientifico (dos alemães Karl Marx e Friedrich Engels).
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A Alemanha, que aparentava se tornar a grande potência do próximo século, havia sido unificada e rivalizava com a Inglaterra a supremacia do planeta. Juntamente com a Unificação Italiana e a o revanchismo entre a França e a Alemanha, por causa das guerras entre ambos os países ao longo do século XIX, lançaram os "tentáculos" da Primeira Guerra na Europa Ocidental.
Na França se vivia a Belle Époque, época de grande desenvolvimento artístico onde Paris se tornou a capital cultural do mundo. Porém a economia nacional enfrentava uma séria crise industrial por causa da perca das regiões ricas em minérios da Alsácia e Lorena para a Alemanha.
Em todo o continente os movimentos comunistas e anarquistas começavam a ganhar força com partidos organizados, que também tinham seus primeiros parlamentares eleitos em países como Alemanha e Inglaterra.
Enquanto em Portugal, se vivia períodos de instabilidade e estagnação econômica com os movimentos republicanos, comunistas/anarquistas e as brigas por poder pelos partidos Progressista e Regenerador,no que ficou conhecido como Rotativismo, quando os dois partidos se revezavam continuamente no poder com apoio da Igreja, nobreza e da burguesia rural, em favor da monarquia.
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